Azar em dobro: as duas fraturas consecutivas de Raphael Nishimura e sua recuperação para voltar ao esporte

Azar em dobro: as duas fraturas consecutivas de Raphael Nishimura e sua recuperação para voltar ao esporte

Azar em dobro: as duas fraturas consecutivas de Raphael Nishimura e sua recuperação para voltar ao esporte

Por Raphael Nishimura

Quem é capaz de quebrar o mesmo osso em menos de 12 meses?

Eu!! Como alguns sabem, em agosto de 2017 sofri uma queda de bike durante uma prova de longa duração. O desafio teria pouco mais de 120 km, mas logo nos primeiros três quilômetros eu fui fechado e tocado por outra bike: quando você está atrás e é tocado na roda na frente, você literalmente sai voando por cima da bicicleta e nesse voo eu aterrissei em cima do meu ombro esquerdo, sofrendo assim uma grande quebra na clavícula.

Lembro que logo após a queda eu sentia uma dor imensa no ombro e meio que por instinto não deixei que ninguém me levantasse para me retirar da estrada e nesse mesmo momento eu também não movimentei o braço esquerdo. Enquanto esperava o resgate do SAMU chegar, comecei tatear a clavícula para saber se estava ou não quebrada, pois na hora não dava para ter certeza da situação.

Toda vez que eu passava a mão na clavícula eu sentia um “buraco” – e sabia que algo muito ruim havia acontecido.

Chegando ao hospital, o diagnóstico foi desanimador. Além da fratura total na clavícula, o médico queria me operar. Com muita dor e sem entender direito, aceitei na hora, mas ainda bem que estava com dois amigos que me acompanharam no hospital e a Dri e o Sandro me aconselharam a ir para um hospital em São Paulo e ouvir uma segunda opinião. O segundo médico deu o mesmo diagnóstico e assim aceitei fazer a cirurgia.

Fixaram uma placa e oito pinos nas minhas costas.

Foram oito semanas de tipoia, cinco meses sem escalar, já não lembro a quantidade de sessões de fisioterapia, mas lembro que eu ia de segunda a sábado. Na primeira semana de retorno a escalada, eu estava aquecendo na travessia e machuquei feio um músculo das costas, foram mais algumas semanas de molho.  Novamente de volta aos treinos, eu comecei bem de leve e aos poucos minha forma física foi melhorando, mesmo com algumas dores eu não parei de treinar, apenas não estava frequentando a rocha.

Em julho de 2018, já recuperado 100%, fui para a Bolívia fazer minha primeira alta montanha. Durante essa viagem (e outras) eu sentia um grande incômodo com a alça da mochila batendo na placa que segurava minha clavícula. E já estava combinado com o médico se caso a placa incomodasse, havia a possibilidade de retirar 12 meses depois.

 

Raphael Nishimura subindo o monte Chacaltaya, na Bolívia

No caminho para o cume do monte Chacaltaya, na Bolívia

 

Em agosto de 2018, conversando com o doutor, decidi que seria melhor operar e retirar a placa. A consulta foi numa terça-feira de manhã e o médico tinha agenda para operar na quarta-feira, então foi uma correria, fui para o trabalho para avisar meu chefe e passar as atividades para meu substituto, avisar minha família e namorada e voltar ao hospital para ser internado para a cirurgia.

Por mais simples que seria a retirada da placa, houve uma complicação. Dois pinos estavam condensados e o médico ao forçar para tentar retirá-los, acabou quebrando novamente o osso…! Agora estou com uma placa maior e 13 pinos… Estamos em janeiro de 2019 e ainda não tive alta para voltar a escalar.

Enfim, como dizem naquele velho ditado, “Não há nada tão ruim que não possa piorar”. No meu caso teve! Após a cirurgia fiquei bem triste, claro, mas depois com o tempo passando estou focado na minha recuperação. O médico já liberou a bike, então na medida do possível estou cuidando da parte física. Espero voltar a escalar muito em breve e quando voltar eu prometo voltar  a rocha e visitar os amigos!

Felipe Fontes

Ciclista apaixonado, escalador iniciante e jornalista nas horas vagas. Largou tudo e viveu em sua bike por três anos, desbravando 18 estados brasileiros e 13 países em dois continentes. Hoje vive de tomar banho de cachoeira em Carrancas, sul de Minas Gerais.

2 Comentários

Francisco Publicado em10:24 am - jan 20, 2019

Força guerreiro, o grande guerreiro nunca desisti, mesmo com tantos obstáculos sempre chega nos seus objetivos

    Felipe Fontes Publicado em10:38 am - jan 23, 2019

    Pois é Francisco, se tem alguém que entende de ter perserverança é o Rapha Nishimura! Força Rapha, desanima não, recupera logo pra voltar pras paredes!

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