Sonho de escalador: conquistando o Pão de Açucar pela primeira vez
E finalmente eu consegui escalar do Pão de Açúcar!
Uma escalada que sonhava desde 2008, quando eu comecei a escalar na rocha. Mas por diversos fatores eu nunca havia me dado a oportunidade, mesmo viajando para o Rio de Janeiro diversas vezes.
Mas antes de continuar a história, eu preciso contar uma “praga” que eu roguei para alguns amigos: “se eu morrer antes de escalar o Pão de Açúcar, vou voltar para assombrá-los!“. Graças a minha amiga e escaladora profissional Cissa Carvalho, essa praga não existe mais.
Voltando: com a decisão de não participar do Mundial de Escalada, eu precisava arrumar alguma viagem pois as férias do trabalho já estavam marcadas. Comecei a planejar alguns locais para escalar, já que essas seriam as primeiras férias que eu iria me dedicar a escalar na rocha.
Com o retorno da Cissa, que estava morando na França e também gostaria de escalar por aqui, resolvemos ir para o Rio de Janeiro e encarar o maior número possível de vias clássicas tradicionais.
Após fazer uma aclimatação na via Coringa na mesma pedra, combinamos de fazer a escalada começando pela via Italianos com a via Secundo. O começo da via foi bem tranquilo, mas perto da primeira parada eu simplesmente empaquei. Não conseguia fazer o lance de forma alguma. Nesse momento eu acabei perdendo bastante tempo e a Cissa na segunda parada estava bem preocupada com o clima que estava fechando. Conseguíamos ver a chuva no fundo do horizonte, mas que felizmente não chegou até o Pão de Açúcar nesse dia.
Da terceira para a quarta parada, foi onde eu tive meu maior medo na escalada até agora: uma travessia – tinha bastante agarras, mas o problema é que eu teria que retirar a costura e descer dois movimentos para entrar na linha da travessia, quem disse que eu conseguia fazer isso?
Lembro que quando eu cheguei no lance, eu havia retirado a costura e já estava escalando em direção à Cissa, quando ela me disse que se eu descesse seria melhor. Nessa hora eu travei. Acabei voltando para o grampo, costurei e passei a corda de volta! Nesse ponto eu apenas pensava no pêndulo em caso de queda e todo o ralado que iria acontecer.
Eu falei diversas vezes para a Cissa que não iria conseguir, mas ela conseguiu me acalmar, com muita paciência! Eu no desespero tentei em vão utilizar um cordelete para manter a corda no grampo, a única forma que eu via para fazer esse lance foi deixar o cordelete no grampo e utilizar para descer até a agarra de início da travessia, confesso que tirar o dedo do cordelete foi muito difícil, mas com a confiança que a Cissa passava eu consegui passar o lance! UFA!
As demais cordadas foram bem mais tranquilas e conseguimos chegar ao cume sem maiores medos. Devido aos jogos Olímpicos havia um segurança nos aguardando para fazer a revista em nossas mochilas e material.
Escalar essa pedra foi muito emocionante, ver a vista lá de cima é algo impagável, recomendo essa escalada!
Gostaria de deixar um grande obrigado para a Cissa Carvalho, realizei um grande sonho!
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