Quer evoluir na escalada? Trabalhe seus pontos fracos
Por Thaís Makino
Para quem começou a escalar há pouco tempo é evidente que o corpo precisa de um tempo para se adaptar a tantos movimentos diferentes, e essa adaptação muitas vezes é erroneamente associada a ficar mais forte.
Tantos amigos e conhecidos já me falaram que precisavam ficar mais fortes antes de fazer uma via ou boulder que perdi a conta de quantas vezes expliquei que isso não era necessariamente verdade.
Na maioria das vezes a técnica, se trabalhada, consegue resolver a maior parte dos problemas de escaladores iniciantes e intermediários, mas é uma habilidade difícil de se desenvolver sozinho exatamente por ser subjetiva na análise e no ensino.
Estou falando de técnica porque este é o primeiro aspecto que normalmente as pessoas falham em diagnosticar como um ponto fraco, e saber de fato qual é sua fraqueza e não ter medo de trabalhar em cima dela melhora sua escalada quase que instantaneamente.
“Ai que texto bonito, mas como que faz?”
Tem algumas perguntas que você pode se fazer e dicas que você pode adotar para conseguir entender melhor quais são suas fraquezas:
1- Existe algum movimento específico e recorrente que sempre te impede de continuar escalando? Por exemplo um dinâmico (exigindo confiança e coordenação), um calcanhar alto (exigindo mobilidade e técnica)? Agarras abauladas (exigindo pressão nos dedos)?
2- Existe algum estilo de escalada que você sempre evita, odeia ou sente que é muito frustrante? Como uma via muito longa (exigindo resistência) ou um boulder negativo (exigindo pressão nos dedos e core)?
Se existe um tipo de movimento que você evita (não consideremos aqueles que evitamos para não abrir espaço para lesões), um estilo que você não gosta, muito provavelmente é porque são mais difíceis para você do que outros tipos de movimentos e estilos. Talvez seja a hora de olhar mais de perto para eles.
3- Observe bastante, troque ideias!
Ver escaladores muito bons em ação ajuda a descobrir como uma boa movimentação influencia na escalada. Tente destrinchar a movimentação e entender o que a pessoa faz acertadamente. Pergunte, peça para a pessoa te mostrar como fazer o movimento que você não conseguiu. Cara de pau é tudo nessa vida. E se a pessoa não se mostrar simpática e solidária, tem muitas outras que com certeza escalam melhor e são mais legais.
4- Veja sua própria escalada em vídeo.
Se filmar ajuda não só naquela postagem no Instagram como também serve para ver de outro ângulo como você se movimenta e resolve os problemas à frente. E se possível tente filmar de vários ângulos diferentes, para entender o que está errado, o que está certo, se houve melhora, etc.
5- Preste atenção nos pés, no primeiro ano de escalada eles geralmente são bastante mal utilizados e ignorados, e quase sempre são um grande problema! Use sempre a ponta! Deixe o peso do corpo recair sobre os pés com confiança e tente sempre olhar para a agarra enquanto você posiciona o pé sobre ela. Melhorando a técnica dos pés é muito provável que a sua escalada como um todo melhore.
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