Quer evoluir na escalada? Trabalhe seus pontos fracos

Quer evoluir na escalada? Trabalhe seus pontos fracos

Quer evoluir na escalada? Trabalhe seus pontos fracos

Por Thaís Makino
 

Para quem começou a escalar há pouco tempo é evidente que o corpo precisa de um tempo para se adaptar a tantos movimentos diferentes, e essa adaptação muitas vezes é erroneamente associada a ficar mais forte.
 
Tantos amigos e conhecidos já me falaram que precisavam ficar mais fortes antes de fazer uma via ou boulder que perdi a conta de quantas vezes expliquei que isso não era necessariamente verdade.
 
Na maioria das vezes a técnica, se trabalhada, consegue resolver a maior parte dos problemas de escaladores iniciantes e intermediários, mas é uma habilidade difícil de se desenvolver sozinho exatamente por ser subjetiva na análise e no ensino.
 
Estou falando de técnica porque este é o primeiro aspecto que normalmente as pessoas falham em diagnosticar como um ponto fraco, e saber de fato qual é sua fraqueza e não ter medo de trabalhar em cima dela melhora sua escalada quase que instantaneamente.
 
“Ai que texto bonito, mas como que faz?”

Thaís Makino, campeã brasileira de escalada 2018

Tem algumas perguntas que você pode se fazer e dicas que você pode adotar para conseguir entender melhor quais são suas fraquezas:

 
1- Existe algum movimento específico e recorrente que sempre te impede de continuar escalando? Por exemplo um dinâmico (exigindo confiança e coordenação), um calcanhar alto (exigindo mobilidade e técnica)? Agarras abauladas (exigindo pressão nos dedos)?
 
2- Existe algum estilo de escalada que você sempre evita, odeia ou sente que é muito frustrante? Como uma via muito longa (exigindo resistência) ou um boulder negativo (exigindo pressão nos dedos e core)?
 
Se existe um tipo de movimento que você evita (não consideremos aqueles que evitamos para não abrir espaço para lesões), um estilo que você não gosta, muito provavelmente é porque são mais difíceis para você do que outros tipos de movimentos e estilos. Talvez seja a hora de olhar mais de perto para eles.
 
3- Observe bastante, troque ideias!
 
Ver escaladores muito bons em ação ajuda a descobrir como uma boa movimentação influencia na escalada. Tente destrinchar a movimentação e entender o que a pessoa faz acertadamente. Pergunte, peça para a pessoa te mostrar como fazer o movimento que você não conseguiu. Cara de pau é tudo nessa vida. E se a pessoa não se mostrar simpática e solidária, tem muitas outras que com certeza escalam melhor e são mais legais.
 
4- Veja sua própria escalada em vídeo.
 
Se filmar ajuda não só naquela postagem no Instagram como também serve para ver de outro ângulo como você se movimenta e resolve os problemas à frente. E se possível tente filmar de vários ângulos diferentes, para entender o que está errado, o que está certo, se houve melhora, etc.
 
5- Preste atenção nos pés, no primeiro ano de escalada eles geralmente são bastante mal utilizados e ignorados, e quase sempre são um grande problema! Use sempre a ponta! Deixe o peso do corpo recair sobre os pés com confiança e tente sempre olhar para a agarra enquanto você posiciona o pé sobre ela. Melhorando a técnica dos pés é muito provável que a sua escalada como um todo melhore.
Felipe Fontes

Ciclista apaixonado, escalador iniciante e jornalista nas horas vagas. Largou tudo e viveu em sua bike por três anos, desbravando 18 estados brasileiros e 13 países em dois continentes. Hoje vive de tomar banho de cachoeira em Carrancas, sul de Minas Gerais.

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